I'm From Barcelona

A família feliz edita o seu segundo álbum*

Dois anos depois da estreia, os I'm From Barcelona regressam com o seu segundo álbum "Who Killed Harry Houdini?", menos acessível que os hits instantâneos de "Let Me Introduce You My Friends", mas com uma sonoridade mais compacta e disciplinada que até então. Será possível com uma formação de cerca de 30 membros?

Conseguir falar com Emanuel Lundgren, compositor principal, voz e cabeça visível dos I'm From Barcelona, foi quase tão divertido quanto viajar até Jonkonping de sidecar, em meados de Dezembro. Telefonámos para esta cidade do sul da Suécia, de onde é orginária a banda, e em vez de falar com Lundgren, encontramos um senhor chamado Magnus: "Boa tarde, poderia falar com Emanuel Lundgren, dos I'm From Barcelona?", perguntamos simpaticamente. A resposta foi: "Está a ligar de Barcelona?". "Sim, para falar com um dos músicos dos I'm From Barcelona". "Ah!", exclamou Magnus antes de terminar amavelmente a conversa: "Queres falar com alguém dessa banda.. Já ouvi falar deles, mas não os conheço pessoalmente". À segunda chamada, já com alguns dígitos corrigidos, apareceu uma voz que declamava em sueco a ausência do proprietário, que tinha um nome muito grande, impossível de traduzir correctamente. Um dia depois, quase por artes mágicas, ligámos novamente e conseguimos encontrar o próprio Emanuel Lundgren, cuja primeira resposta foi para contar como e quando descobriu o mágico Harry Houdini, que intitula o seu novo segundo disco (e que lhe transmitiu alguns poderes que não nos quis contar explicitamente). "De Houdini só conhecia o que todos conhecem. Interessava-me pouco mesmo até que li, no ano passado, o livro "A vida secreta de Harry Houdini", de William Kalush e Larry Slogan, biografia extensa e muito documentada que defende que Houdini era um verdadeiro renascentista. Para além de ser o maior ilusionista do Mundo, levou uma vida verdadeiramente louca, com intermináveis actividades curiosas... Inclusivamente trabalhou como agente secreto!". Desde a edição do primeiro álbum "Let Me Introduce You My Friends", em 2006, Lundgren dedicou-se quase dois anos a escrever canções com a intenção de romper com a imagem despreocupada e boémia de "Collection of Stamps", "Treehouse" ou "We're From Barcelona". "Antes de mais queríamos reflectir o que somos agora, o que foi o resultado destes dois anos, intensos e desenfreados. Não esperávamos ter uma aceitação tão grande, com o nosso primeiro álbum, e isso influenciou em muito na nossa vontade de fazer um álbum mais trabalhado que o primeiro, gravado muito rapidamente e com canções muito espontâneas. Para "Who Killed Harry Houdini?" escrevi mais de quarenta canções mas escolhemos apenas dez, não só por nos parecerem as melhores, como também por nos parecerem aquelas que se encaixam melhor no conceito do geral disco". O ecléctico e a vontade de surpreender continuam presentes nas composições de Lundgren, no entanto são um pouco menos acessíveis e instantâneas que os hits até então. "As canções parecem-me um pouco mais disciplinadas e controladas, embora este controlo nada tenha a ver com um minimalismo sonoro: os I'm From Barcelona continuam a ser 29 pessoas e em temos como "Andy" ou "Music Killed Me" a sonoridade continua a crescer até limites quase impossíveis. As dez canções deste novo álbum estão aparentemente mais afastadas do álbum de estreia mas creio que conseguimos uma maior coesão. São um pouco mais difíceis mas estão feitas com a intenção de durarem mais que as primeiras... Não sabemos até quando é que vamos continuar a compor, pelo que tomámos como última oportunidade de compor um disco que tivesse coerência do principio ao fim".

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* reportagem retirada e traduzida directamente de www.mondosonoro.com