Friday, October 5, 2007

Manu Chao - "Do Bairro ao Mundo"*

Dizem que "La Radiolina" é o primeiro disco em estúdio de Manu Chao em seis anos, mas pelo entretanto houve muito mais e de todos os gostos. Esteve no disco de Amadou y Mariam, no album-livro"Siberie M'Etait Contée" junto ao polaco estreante Wosniak, para além de alguns quantos trabalhos já começados outrora e que se podem converter num novo registo sem que nos demos conta.

Manu Chao acaba de chegar da sua digressão mais extensa pelos Estados Unidos, um país ao qual resistia. O artista volta ao Gótico, o seu bairro favorito de Barcelona, com vontade de recuperar forças e de protagonizar alguns desses ensaios com o público, aquilo que ele gosta de chamar, as suas actuações surpresa. Não tem muito tempo, a promoção de "La Radiolina" rouba-lhe muito tempo. É uma sorte estarmos quase três horas a tagarelar com ele, no El Mariatchi", bar emblemático da cidade de Barcelona. Ali chega-nos, de guitarra armada, acompanhado pelo seu sobrinho, filho de Antoine, dos Mano Negra. Saudações afáveis. Enquanto o fotógrafo tira as suas fotografias, Manu toca guitarra. Vai fazendo os seus ritmos e o sobrinho os solos. Tem 17 anos, mas já toca com uma descontração que lhe augura um futuro interessante. Começamos a nossa conversa. Manu Chao fala pausadamente e expressa-se com muita segurança. Sabe que há que medir as palavras, no entanto há confiança, e se existe algo que pode ser mal interpretado, esclareça-se logo. Podes falar com ele de qualquer tema, sabendo que se opinará com sinceridade. É difícil interromper as suas respostas meditadas, no entanto há uma coisa que pretende deixar claro: não sabe as soluções de tudo, nem tem as respostas todas. O que se deve reter são as suas excelentes perguntas. Precisamente uma delas se pode escutar na canção de "La Radiolina": Y Ahora quê? Manu Chao conhece as suas contradições, analisa-as e luta contra elas mas não pretende ser lidar de nada nem de nínguem. Disfruta mais sendo a voz que amplifica as queixas. "Sou apenas um músico" apraz-lhe dizer. Mas falemos então do disco.Desta vez as tarefas do estúdio não ficaram nas mãos do seu fiel Renaud Lêtang, mas sim de Mario Caldato (Beastie Boys), californiano de origem brasileira que Manu conheceu no Rio, e que lhe deu uma ajuda em Los Angeles. Também trouxe o seu braço direito de palco Andrew Sheps (red Hot Chili Peppers, The Mars Volta), no entanto o mais evidente é que, desta feita, não foi Manu Chao a fazer o disco todo. Madijid e David (Radio Bemba) gravaram guitarras; Gambit encarregou-se dos baixos e Ray Paci, Tonino e Cheik Tidian das trompetes, vozes e teclado. Todos juntos contribuiram para mudar a cor de algumas canções. E há alguns dados a ter em conta: nove faixas não ultrapassam os dois minutos e só uma tem mais de quatro. O resultado é um disco mais eléctrico e com uma sonoridade mais dura, mas por vezes com momentos melancólicos ou acústicos. "Este disco ocupa um lugar entre os meus albums a solo e os meus concertos ao vivo", aponta o artista. Country Rock, rumba catalã, rock n´roll, guitarras surf e ares de mariacchi, acompanhadas com letras que entram por vários temas. Social em "Tristeza Maleza", política em "Politik Kills", amor em "El Kitapena", dúvidas existenciais em "Besoin de la Lune"... Entre as canções inclui-se "La Vida Tômbola", o tema que escreveu para documentário, que está a ser gravado, do sérvio Emir Kusturica sobre Maradona. Em todo o caso, já temos aqui as suas novas peças. Como se anunciou a sua edição para os fins de Agosto e estando muito perto do fim da digressão norte-americana, deu a impressão que foi feito em contra-tempo. "Não. Talvez na última semana, porque nós fomos dar uma volta e no autocarro gravei duas músicas. "E Ahora Quê" gravou-se no autocarro mas no disco há de tudo. A mais recente tem dois meses e a mais antiga quew escrevi faz uns vinte anos. É "The Bleedin Clown" e já a tocámos com os Mano Negra". Surpreende que as tenha apresentado nos Estados Unidos país que escolheu para fazer a sua maior digressão em muitos anos. "Passei a vida criticando esse país e precisava compreendê-lo. Ás vezes já te chateias com qualquer coisa que venha dali, mas queria vê-lo com outros olhos. A mensagem é esta: deves destinguir as pessoas que vivem ali dos governantes. Porém fico com muitas perguntas. Não entendo bem porque o permitem, então pergunto: Y ahora quê? Que vamos fazer? Como vamos nos organizar?".

Voltemos ao disco [...]. Há outra coisa coisa que impressiona nas suas criações, que é, cante no idioma que cante, o sentimemento que projecta entende-se perfeitamente e transmite o espírito que é feito sem esforço. Aqui utiliza de novo o castelhano, o inglês, o francês e também o português. "O mais sensível para mim é utilizar o francês e o castelhano. É certo que cada idioma não se canta de forma igual, no entanto, diria que o meu idioma preferido agora é o português, porque é o último que aprendi. Só gravei uma música em português no final do disco, porém surgiu-me uma dúvida: Vamos ver se, quando chegar ao pé do povo do meu filho, não me matam por não ter posto nenhuma (risos). Para que vejam que há carinho".

*Entrevista parcialmente retirada e traduzida de www.mondosonoro.com



2 comments:

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